Uma breve história sobre a Web
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Junior Alves

Senior Developer

Foto: Unsplash

Atualizado: 10 de dezembro de 2025 às 08:48

Leitura: 5 minutos de leitura

Criado: 7 de dezembro de 2025

Uma breve história sobre a Web

O primeiro site do mundo prova que estamos programando errado

Introdução

Gosto bastante de entender como as coisas funcionam "por baixo dos panos". Hoje, quando a gente sobe uma aplicação complexa em Next.js na Vercel com poucos cliques, é fácil acabar esquecendo que toda essa infraestrutura foi construída sobre fundações feitas, inicialmente, de improviso (sim, isso mesmo).

Recentemente, parei para estudar a "pré-história" da nossa área, uma história da engenharia e da cultura que formou a web. E sério, é sensacional!

Bora conferir o início da World Wide Web.

1. Muito antes do primeiro "Hello World"

Para entender a explosão dos anos 90, precisamos olhar para trás. A Web não foi um "big bang" que surgiu do nada, ela foi a implementação prática de sonhos antigos.

E é muito massa descobrir que a ideia de hipertexto, conectar informações de forma não linear, vem de 1945, com Vannevar Bush, e foi batizada décadas depois por Ted Nelson. Mas o momento chave, aquele que mudou a minha e a sua carreira, aconteceu em 1991 no CERN.

Tim Berners-Lee criou a World Wide Web como uma ferramenta para acadêmicos (no auge dos seus 33 anos). Era basicamente um bloco de notas gourmet para compartilhar pesquisas. Mas a jogada mais importante dele não foi técnica, foi política: ele convenceu o CERN a colocar a tecnologia em domínio público.

Foto do Tim Berners-Lee

Pense nisso por um segundo. No nosso cenário atual de 2025 (indo para 2026), cheio de walled gardens e ecossistemas fechados, a decisão de liberar a base de tudo de graça parece quase impossível de imaginar. Foi esse ato que permitiu que a rede crescesse de 300 mil computadores em 1990 para 10 milhões cinco anos depois.

2. O momento em que a Web ganhou cor (e imagens)

Até 1993, a web era um lugar silencioso e monocromático. Os navegadores eram projetos acadêmicos, cheios de bugs e difíceis de instalar, parecia aquele projeto legado que ninguém quer mexer.

Foi aí que surgiu o Mosaic. Desenvolvido na Universidade de Illinois, ele foi o game changer. Ele não só era estável, mas trazia algo revolucionário: imagens junto com o texto. Finalmente, a web tinha UX (ou pelo menos o início kkk).

Imagem do navegador Mosaic

O sucesso foi tão grande que os criadores fundaram a Netscape. Em 1994, o Netscape Navigator se tornou a janela padrão para a internet. O IPO da Netscape em 1995 (levantando 2,2 bilhões de dólares) foi o momento em que o mundo corporativo acordou. A Microsoft percebeu o perigo, lançou o Internet Explorer, e a primeira "Guerra dos Navegadores" começou. A web deixou de ser um experimento acadêmico e virou o campo de batalha que conhecemos hoje.

3. Gambiarra, comunidade e o nascimento do Open Source

Essa é a minha parte favorita. A estética dos anos 90 não era apenas uma escolha de design, era reflexo das limitações técnicas e de uma cultura de "vamos fazer funcionar".

O melhor exemplo disso é a história do servidor Apache. O nome vem de uma piada interna: "a patchy server" (um servidor remendado). Ele era literalmente um Frankenstein de correções de bugs e patches de código enviados por voluntários ao redor do mundo. Não era um produto polido de uma Big Tech; era algo mantido pela comunidade.

Isso solidificou a cultura do código aberto (open source). Enquanto empresas tradicionais guardavam seu código a sete chaves, a web crescia baseada em compartilhamento e transparência. Como dev, é difícil não sentir uma ponta de nostalgia e admiração por essa era onde o objetivo era simplesmente construir algo útil e compartilhar com o mundo, sem se preocupar com monetização imediata.

4. Quando os nerds descobriram como ganhar dinheiro

Claro, a inocência não durou para sempre. Em meados da década de 90, o playground dos nerds virou um mercado global.

A história do Yahoo! ilustra bem essa transição. Começou como o "Guia do Jerry para a World Wide Web", um projeto de hobby de dois estudantes de Stanford (David Filo e Jerry Yang) que faziam uma curadoria manual de links interessantes. O negócio escalou tanto que eles precisaram contratar pessoas apenas para surfar na web e catalogar sites. Imagina explicar esse cargo no LinkedIn hoje em dia!

Imagem dos fundadores do Yahoo!

Mas infraestrutura custa caro. Para pagar as contas, eles recorreram à publicidade. Os banners surgiram e, com eles, o modelo de negócios que sustenta quase tudo o que usamos hoje, das redes sociais aos vídeos no YouTube. Aquele IPO da Netscape foi o tiro de largada para uma corrida do ouro digital, onde empresas sem lucro valiam bilhões, pavimentando o caminho para a Bolha das Pontocom.

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Conclusão

Estudar essa parte da história muda a perspectiva sobre nosso trabalho atual. É impressionante o contraste entre aquela época, do "servidor remendado", e a Web massiva, corporativa e ultra-otimizada de hoje.

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